Ancestral Sem Rumo

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"Ah, jovem, essa floresta fala mais do que parece. Ou será que são meus ossos rangendo? Haha!"

– Himon’she, em conversa com um viajante perdido

Himon’she, o Ancestral Sem Rumo, também conhecido como o Senhor dos Macacos, é uma das mais excêntricas e veneradas Criaturas das Primeiras Terras. De aparência marcante, ele se assemelha a um enorme chimpanzé, mas seus traços são únicos e inconfundíveis. Seu corpo musculoso é coberto por uma pelagem marrom, destacando-se seu longo cabelo adornado e sua barba branca que flui como uma cachoeira. Ao redor do pescoço, ele carrega um manto vivo feito de grama e musgo, que parece se mover levemente como se tivesse vida própria. Sua presença emana um equilíbrio entre o físico e o espiritual, sendo visto como um guardião e guia tanto para mortais quanto para seres espirituais.

Apesar de sua aparência impressionante, é sua personalidade que o torna verdadeiramente memorável. Himon'she exibe um senso de humor peculiar, característico de um ancião experiente. Ele frequentemente faz piadas sobre sua idade ou brinca com os viajantes que encontram seu caminho: "Está perdido? Ah, eu também estou... há anos!" Suas palavras, no entanto, sempre carregam um fundo de verdade ou sabedoria oculta, sendo tanto uma lição quanto um lembrete de que a jornada é mais importante do que o destino.

Muitos afirmam que Himon'she possui uma sabedoria que transcende a compreensão mortal. Ele parece entender não apenas o mundo ao seu redor, mas também os corações e pensamentos daqueles que cruzam seu caminho. Com um simples olhar, ele é capaz de enxergar as preocupações, os medos e as esperanças de uma pessoa, oferecendo conselhos que, apesar de enigmáticos, tocam diretamente a essência do problema. Alguns acreditam que ele é capaz de comunicar-se diretamente com o Reino Espiritual, e que suas palavras vêm de algo muito maior do que ele mesmo.

Apesar de sua atitude frequentemente despreocupada, Himon'she é incrivelmente ágil e formidável quando necessário. Há relatos de que ele é capaz de atravessar a floresta densa em um piscar de olhos, movendo-se com uma leveza que contrasta com sua grande estatura. Testemunhas contam que, em situações de perigo, ele salta de galho em galho como se a gravidade não fosse um limite, deixando para trás apenas o som sutil de folhas balançando. Sua agilidade é comparada ao vento – imprevisível e implacável – e dizem que nenhuma criatura ousa cruzar seu caminho quando ele decide intervir.

Apesar de sua fama como guardião das florestas e sua sabedoria inquestionável, Himon’she não impõe sua presença como uma figura autoritária. Pelo contrário, ele se apresenta como um guia despretensioso, que observa e intervém apenas quando julga necessário. Ele é conhecido por ajudar viajantes perdidos a encontrar seu caminho, mas sempre de maneira inesperada e imprevisível. "Siga a luz – ou, melhor, siga seu coração. A luz às vezes mente", ele já disse a um jovem monge perdido, que depois descobriu seu destino seguindo apenas os sussurros da floresta.

Para os ionianos, Himon’she é tanto um mito quanto uma presença real. Ele é um lembrete vivo de que o equilíbrio entre os mundos espiritual e material é delicado e deve ser tratado com respeito. Suas brincadeiras e risadas podem ser vistas como traços de sua personalidade excêntrica, mas aqueles que o conhecem de verdade sabem que, por trás de cada piada, há séculos de observação e uma compreensão profunda da natureza humana e espiritual. Assim, ele continua vagando pelas Primeiras Terras, um protetor e amigo das florestas, sempre pronto para brincar com aqueles que têm ouvidos para ouvir e coragem para aprender.