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Revisão de 18h47min de 5 de dezembro de 2024 por Luke Nitole (discussão | contribs)
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Cantaventos

“O caos dá garras aos indefesos. Um lobo cerca sua presa, mas é interrompido por um galho caído. Um falcão mergulha para atacar, mas sai da trajetória graças a um vento forte. Nós somos o galho. E o vento.”

— Cantaventos

O Cantaventos é uma figura lendária das Primeiras Terras, um guardião alado que navega os céus de Ionia, conduzindo o equilíbrio natural com uma graça quase sobrenatural. Suas asas imensas são uma extensão da natureza, com penas que parecem refletir os tons do céu ao amanhecer. Suas pernas esguias, lembrando as de um cervídeo, pisam levemente na terra apenas quando necessário, mas sua verdadeira morada são os ventos, onde dança com as correntes de ar e orienta os ciclos da vida.

Chamado por muitos como o Lorde dos Pássaros, ele é uma força que age na interseção do material e do espiritual. Seu canto, delicado e ao mesmo tempo imponente, é ouvido nos momentos de transição – quando o sol encontra o horizonte ou quando a tempestade dá lugar à calmaria. Não é um som qualquer; é uma melodia que ressoa nos corações daqueles que cruzam seu caminho, trazendo uma estranha sensação de paz e reverência. É dito que, ao ouvir seu canto, mesmo os caçadores mais ferozes de Ionia hesitam, como se fossem confrontados pela voz da própria natureza.

Apesar de sua aparência etérea e seu papel como protetor, o Cantaventos não é uma figura de intervenção direta. Ele é fiel ao ciclo natural da vida. Seus ventos não impedem que um falcão capture sua presa, mas podem desviar sua trajetória para dar ao filhote mais um instante para fugir. Ele não detém um predador, mas dá ao mais fraco uma chance inesperada. Para os ionianos que compreendem sua função, ele não é um herói nem um vilão, mas um lembrete do equilíbrio entre força e vulnerabilidade.

Os olhos do Cantaventos são profundos e cheios de mistério, como se carregassem as histórias de mil eras passadas. Aqueles que se deparam com ele, mesmo que por um breve momento, sentem como se estivessem na presença de algo mais antigo que as próprias florestas ionianas. Relatos afirmam que ele se materializa nos momentos de maior necessidade, como quando uma floresta é ameaçada por incêndios ou quando os ventos se tornam tão ferozes que ameaçam as aldeias próximas.

O Cantaventos é também associado à mudança. Como uma tempestade, ele chega para transformar e renovar. Suas aparições são vistas como presságios de grandes transições – para o bem ou para o mal. No entanto, sua presença nunca é acompanhada por destruição gratuita. Mesmo no caos de uma ventania, há um propósito, uma mensagem que somente os mais atentos conseguem compreender.

Ionianos mais sábios afirmam que ele não pertence inteiramente ao Reino Material nem ao Reino Espiritual. Ele é um ser que transcende ambos, um símbolo vivo da delicada conexão entre mundos. E assim, o Cantaventos continua a vagar pelos céus de Ionia, invisível para muitos, mas presente em cada brisa que traz esperança, em cada tempestade que limpa o caminho para um novo começo.