Ativa o menu
Toggle preferences menu
Alternar menu pessoal
Não autenticado(a)
Your IP address will be publicly visible if you make any edits.

Eternebroso

"No começo, era só um par de olhos e uma voz solitária gorjeando nas sombras. Cada vez que eu olhava para trás, havia mais. Vozes cada vez mais altas, mais irritadas. Mas, assim que avistei o Dente, saí correndo."

— Saqueador do Dente de Baleia

Surgindo das sombras mais profundas e das noites mais longas, ele é, ao mesmo tempo, um e muitos. Sua aparência é uma distorção grotesca, como se a própria escuridão tivesse decidido vestir um corpo magro e flexível, similar ao de uma salamandra, mas repleto de detalhes perturbadores. Sua pele lisa reflete um brilho sombrio sob a luz, quase como se repelisse qualquer tentativa de ser iluminada.

Os olhos vermelhos intensos do Eternebroso são os primeiros sinais de sua presença. Olhos que observam, incansáveis, em um silêncio cortante, antes de serem acompanhados pelo som de sussurros inquietantes. Seus sorrisos, revelados por mandíbulas cheias de dentes pontiagudos, são tanto um aviso quanto uma armadilha. A criatura não caça sozinha – onde há um Eternebroso, mais cedo ou mais tarde, haverá muitos.

Essa capacidade de "multiplicação" parece mais mágica do que biológica. Alguns acreditam que os Eternebrosos não se reproduzem, mas dividem-se como reflexos em um espelho sombrio, ecoando sua presença até cercarem completamente sua presa. Outros dizem que eles não são criaturas independentes, mas sim manifestações fragmentadas de um único ser maior, uma entidade das sombras que nunca revela sua verdadeira forma.

O medo que eles inspiram não vem apenas de sua aparência ou comportamento predatório, mas da sensação de inevitabilidade que os acompanha. Como caçadores, eles não correm ou atacam diretamente. Em vez disso, eles aparecem, um por um, enquanto sua presa sente a crescente pressão de ser cercada. Os sussurros começam como murmúrios indistintos, evoluindo para risos e gritos, criando uma cacofonia que devora qualquer senso de razão.

Aqueles que escaparam de encontros com os Eternebrosos falam de um momento de ruptura – um ponto em que a escuridão parece viva, e o número crescente de olhos e dentes nas sombras faz o ambiente parecer mais um pesadelo do que realidade. A estratégia de sobrevivência mais citada por esses sobreviventes é a fuga imediata. Lutar contra eles é considerado inútil, pois cada golpe parece gerar mais sombras e, com elas, mais Eternebrosos.

Os estudiosos de Runeterra têm várias teorias sobre a origem desses demônios sombrios. Alguns acreditam que eles são o resultado de rituais falhos, onde as energias das sombras escaparam do controle de seus invocadores. Outros os veem como a personificação do medo coletivo – criaturas que se alimentam das ansiedades e pânicos de suas presas, crescendo em número e força à medida que seu alvo cede ao terror.

Apesar de sua natureza destrutiva, os Eternebrosos raramente deixam rastros físicos de suas ações. Aqueles que sucumbem a eles parecem simplesmente desaparecer, como se fossem absorvidos pela escuridão. Tudo o que resta é um silêncio pesado e um eco distante de risos sussurrados.

Os habitantes de Demacia, onde os avistamentos do Eternebroso são mais frequentes, têm várias superstições sobre como evitá-los. Entre elas, manter uma vela acesa durante a noite e evitar olhar diretamente nos olhos vermelhos que aparecem na escuridão. Mas a mais popular – e talvez a mais eficaz – é a de nunca voltar ao mesmo lugar onde se encontrou um Eternebroso. A escuridão, dizem, tem memória.