"Não há feitiço que resista à rocha; nem magia que possa contornar a determinação de um coração petrificado."
– Escultor da Casa Durand
Em uma manhã cinzenta, enquanto percorria as trilhas esquecidas dos arredores de Demacia, deparei-me com o Supressor Pétreo. Entre os muitos golems de petricita, todos dotados da habilidade inerente de absorver magia, este construto destacava-se de maneira surpreendente: sua capacidade de drenar energia arcana ultrapassava em muito a dos demais. Conta-se que ele foi criado por uma jovem aprendiz da oficina de Durand, não por ordem ou decreto, mas como uma prova de sua habilidade e coragem para trilhar o mesmo caminho dos mestres que a antecederam.
Na atmosfera vibrante da oficina, onde o som do martelo se misturava ao brilho de feitiços experimentais, a aprendiz encontrou inspiração na figura de um texugo – símbolo de astúcia e resistência. Com mãos firmes e olhar decidido, ela esculpiu o Supressor Pétreo a partir da mística petricita, imbuindo-o não apenas com a forma robusta e ágil do animal, mas também com uma peculiaridade: enquanto os demais golems absorviam magia de forma moderada, este possuía sulcos e fissuras que intensificavam a captação dos encantos, transformando-o num verdadeiro ímã de energia mágica.
Durante minhas andanças, tive a rara oportunidade de presenciar seu poder em ação. Em meio a um confronto inesperado, um grupo de conjuradores imprudentes lançou um feitiço de alta intensidade para romper uma barreira de proteção. Num piscar de olhos, o Supressor Pétreo aproximou-se com uma agilidade surpreendente para sua constituição pétrea e, com uma voracidade quase instintiva, absorveu o feitiço. A magia se desvanecia em pulsos de luz que percorriam sua superfície, evidenciando uma eficácia incomum, que fazia parecer que ele se alimentava dos próprios encantos lançados contra ele.
Essa habilidade singular elevava-o a um patamar diferenciado entre seus semelhantes. Enquanto os demais construtos de petricita reagiam de maneira rotineira à energia mágica, o Supressor transformava cada feitiço absorvido em uma demonstração de poder, expandindo e intensificando a energia captada. Tal característica não passou despercebida entre estudiosos e praticantes das artes arcanas, que passaram a considerá-lo não apenas uma ferramenta de contenção, mas um verdadeiro instrumento de equilíbrio entre a força mágica e a ordem natural de Demacia.
A origem humilde, porém repleta de significado, do Supressor Pétreo ecoa como um lembrete perene de que a inovação pode florescer mesmo nas tradições mais rígidas. A jovem que o criou não apenas buscava demonstrar seu valor aos olhos dos mestres e de seus próprios pais, mas também desafiava os limites do que se esperava de um golem de petricita. Em cada fissura de sua estrutura, parecia pulsar a convicção de que a arte de manipular a magia podia ser reinventada, e que, às vezes, a criatividade é a maior das armas.